Cotidiano (Crônica)

Todos os dias a Sra. Fontana acordava às seis da manhã, passava o seu café no pano e ia para frente de sua casa, ficava sentada em sua cadeira de balanço por horas e horas. Como era de costume, o Padre abria as portas da paroquia e jogava água sobre as escadarias. O padeiro começava a assar seus pães, os bêbados que estavam dormindo nos bancos da praça da cidade começavam a se levantar e partiam em rumo suas casas. A mulher do padeiro saia escondida da casa do Sr. Nicolas enquanto as rameiras fechavam as portas do bordel e os pássaros voltavam das montanhas em direção a cidade. Quando dava meio-dia o padre rezava a missa para os poucos fieis que ainda frequentavam a paroquia, vez ou outra o Bispo vinha da diocese dar uma olhada. Às seis da noite a Sra. Fontana guardava sua cadeira de balanço e ia dormir. Como era de costume, o Padre fechava as portas da paroquia e como não tinha um sacristão ele mesmo tocava o sino. Alguns homens saiam de suas casas e iam em direção ao bordel que já estava de portas abertas, lá eles bebiam e se divertiam. O padeiro que estava contando o dinheiro não percebia sua mulher saindo pela porta dos fundos com destino a casa do Sr. Nicolas que já estava a esperar. Nesse momento era possível observar alguns pássaros voando em direção as montanhas ao fundo da cidade.

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